segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vestida de Brisa


Foi-se para mais uma tarde feliz.
Com um desconhecido muito conhecido.
Vestiu-se de si mesma.
Despiu-se daquela que a ocupa dias a fio.
Vi-a passar. Vi-a desaparecer.
Caminhou ligeiramente, até meus olhos não a verem.
Foi-se velozmente. Nem meus pensamentos a acompanharam.
Por umas horas será da maneira que se vê realizada.
Por umas horas será intensamente completa. E distante.
Será de uma maneira como deseja ser o tempo todo.
De uma maneira que eu temo.
Temo que ela se perca de sim mesma.
E não seja nem esta que me choca, nem aquela que me alegra.
Porque no fundo ela é mais que qualquer uma dessas que se mostra.
No fundo dela tem coisas belas. Tudo muito bem escondido.
Como surpresa guardada em caixinha colorida.
Mais parece uma menina perdida nas ilusões da vida.
Envolta nas preocupações e na eterna procura de respostas.
Foi-se em busca da paixão. Com medo de acabar na solidão.
Antes de acabar o dia vi-a voltar. Talvez mais feliz, e ainda sozinha.
Sara Almeida

2 comentários:

  1. Que bonito isso. "Será de uma maneira como deseja ser o tempo todo.", isso é bem forte, diz bastante coisa, e smepre foi assim.
    Legal, parabéns.
    Vale!

    Iraê A.

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  2. Siga passando, será bem-vinda sempre, afinal, cofirmo, e isso é bom, não estou sozinho olhando para o céu, enfim. Percebi que escreve diferente de mim, no formato especificamente, e vi que Sara Portugal não é seu nome como imaginava, mas sim, o país. Saudações brasileiras deste lado de cá do oceano.
    Vale!

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